O ex-vice-presidente da República, José Alencar, teve a morte anunciada às 14h41 desta terça-feira, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, aos 79 anos, após mais de dez anos de luta obstinada contra um câncer na região abdominal. Ele foi internado na unidade de saúde por volta das 14h desta última segunda-feira, com quadro de fortes dores e obstrução intestinal. Durante a noite, o boletim médico informou que seu estado era crítico. O ex-vice presidente teve uma falência múltipla dos órgãos durante a tarde, e por isso seu coração parou de bater.
Após idas e vindas do hospital, com intesa luta e sempre encarando a doença em público com sorriso no rosto, Alencar viveu intensamente até seus últimos momentos. No ano passado chegou a participar da campanha vitoriosa da então candidata à presidência Dilma Rousseff.
Empresário do ramo têxtil, José Alencar Gomes da Silva nasceu em Muriaé, no interior de Minas Gerais e entrou na política em 1994, quando disputou o governo do estado. Em 1998, ocorreu sua primeira vitória eleitoral, quando conquistou uma vaga no Senado. Quatro anos depois, foi escolhido para integrar a chapa do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais. Sua indicação foi vista por analistas econômicos como um recado de Lula de respeitaria o livre-mercado. Com a eleição (e mais tarde, reeleição) de Lula, exerceu a Vice-Presidência durante oito anos de mandato. De novembro de 2004 a março de 2006, acumulou a função de ministro da Defesa. Era filiado ao Partido Republicano Brasileiro (PRB).
Respeitado e querido no meio político e empresarial, sua dedicação ao trabalho apesar das longas internações hospitalares aos quais se submeteu comoveram o país. Apesar da postura republicana, sempre manteve seu estilo independente e, durante o primeiro Governo Lula, foi um dos principais críticos da política de manutenção da taxa básica de juros (Selic) em alta adotada durante o exercício de Antônio Palocci no Ministério da Fazenda. José Alencar deixa a mulher, Mariza, e três filhos.
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