Antonio Ereditato, porta-voz dos pesquisadores, disse à Reuters
que as medições realizadas ao longo de três anos mostraram que neutrinos
expelidos pelo laboratório Cern, nos arredores de Genebra, viajaram até
Gran Sasso, na Itália, em um tempo 60 nanossegundos inferior ao que a
luz demoraria.
"Temos alta confiança nos nossos resultados. Checamos e
rechecamos para ver se algo poderia ter distorcido nossas medições, mas
não encontramos nada", disse. "Agora queremos que colegas chequem de
forma independente."
A Teoria Especial (ou Restrita) da Relatividade, proposta em 1905
por Einstein, diz que a velocidade da luz é uma "constante cósmica", e
que nada no universo pode viajar mais rapidamente do que ela.
Esse pressuposto, que resistiu a mais de um século de testes, é
um dos elementos-chaves do chamado Modelo Padrão da física, que tenta
descrever a forma como o universo e todo o seu conteúdo funcionam.
A descoberta, totalmente inesperada, surgiu de um trabalho
conjunto do laboratório de pesquisa de partículas Cern, na Suíça, com o
Laboratório Gran Sasso, na região central da Itália.
Um total de 15 mil feixes de neutrinos -- minúsculas partículas
que permeiam o cosmo -- foram disparados ao longo dos três anos no
trajeto de 730 quilômetros que separa os dois laboratórios, até serem
capturados por detectores gigantes.
A luz teria percorrido essa distância em 2,4 milésimos de segundo, mas os neutrinos se adiantaram em 60 bilionésimos de segundo.
©Copyright Blog do Tony Medeiros com reuters.com
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