Embaixador dos EUA é atacado com ovos e tomates na Síria
Foto: AP |
Partidários do presidente sírio, Bashar Assad,
jogaram ovos e tomates contra o embaixador dos EUA quando ele entrava
nesta terça-feira em seu escritório para manter uma reunião com um
importante membro da oposição. Depois de atingi-lo, os governistas
tentaram invadir o escritório na capital do país, Damasco, de acordo com
um ativista contrário ao regime.
Ovos que foram jogados por partidários do
presidente Bashar Assad contra o embaixador dos EUA Robert Ford são
vistos no chão em frente de seu escritório em Damasco, Síria
O embaixador Robert Ford, um franco crítico da repressão de
Assad contra o levante contrário a seu governo que dura seis meses,
ficou preso em seu escritório por três horas até que as forças de
segurança sírias aparecessem para retirá-lo do local.
Ford ficou sob ataque ao chegar para um encontro com Hassan
Abdul-Azim, que chefia o partido União Democrática Socialista Árabe, que
não é reconhecido pelo governo. "Agora que as forças de segurança estão
aqui, acredito que sua vida não corre perigo", disse Abdul-Azim à
Associated Press.
O diplomata americano irritou o regime sírio nos últimos meses ao
visitar alguns dos centros de protestos fora de Damasco, em uma mostra
de solidariedade com a revolta antigoverno. O incidente desta
quinta-feira poderia aumentar ainda mais as tensões entre Washington e o
regime de Bashar, que acusa os EUA de fomentar a violência na Síria. Em
agosto, o presidente Barack Obama reivindicou a renúncia de Assad,
afirmando que ele perdeu sua legitimidade como governante.
Abdul-Azim disse que Ford estava dentro de seu escritório quando os
partidários de Assad tentaram forçar sua entrada, quebrando algumas
fechaduras. Funcionários locais evitaram a invasão, mas o embaixador
ficou preso no local por cerca de três horas enquanto cem manifestantes
favoráveis ao governo ficaram do lado de fora.
De acordo Abdul-Azim, os seguranças sírios chegaram cerca de uma hora depois do início do ataque.
A Casa Branca condenou o ataque, o qual qualificou como
"injustificado" e pediu que o Senado americano confirme a nomeação de
Ford com o objetivo de poder continuar sua "valente" missão.
Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado, acusou o governo
sírio de estar por trás de uma campanha de intimidação contra diplomatas
americanos. A secretária de Estado Hillary Clinton "exigiu" que a Síria
"tome todas as medidas possíveis para proteger nossos diplomatas, de
acordo com as obrigações conferidas pelo direito internacional".
O ataque contra Ford ocorreu cinco dias depois de partidários de
Assad terem jogado ovos e pedras contra o embaixador da França na Síria,
Eric Chevallier, quando ele deixava uma reunião em Damasco com um
patriarca grego ortodoxo. Chevallier não ficou ferido.
A tensão entre o Ocidente e a Síria - aliado árabe mais próximo do
Irã - tem crescido nos últimos meses. Washington e a União Europeia
impuseram sanções contra algumas das autoridades sírias, incluindo
Assad, em retaliação à repressão que deixou 2,7 mil mortos, de acordo
com a ONU.
Uma viagem em julho dos embaixadores americanos e franceses à cidade
de Hamas, no centro do país, para expressar apoio aos manifestantes,
atraiu condenação do governo sírio, que disse que as visitas não
autorizadas eram prova de que Washington incitava violência na nação
árabe. Depois, as autoridades advertiram os diplomatas a não sair da
capital sem permissão.
Um mês depois, o governo Obama desconsiderou uma reclamação síria de
que Ford havia violado as regras locais de viagem ao sair de Damasco sem
permissão.
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