Laudo diz que veias se dilatam e rompem com pressão sanguínea.
"Médicos receitaram medicamentos bloqueadores e calmantes"
Débora Oliveira dos Santos, de 17 anos
Foto: Diana Viana de Oliveira
Foto: Diana Viana de Oliveira
Nenhum problema grave foi constatado no corpo da adolescente. A conclusão é que os vasos sanguíneos próximos dos olhos se rompem com o aumento da pressão. Por isso, o sangue vaza. Débora está sendo tratada com remédios que apresentam resultados positivos.
Segundo o laudo médico, a paciente internada no Hospital São Paulo
recebeu, entre 30 de junho e 12 de julho, tratamento de uma equipe
multiprofissional formada por oftalmologistas, neurologistas,
especialistas em coagulação, psicólogos e psiquiatras. Também foi
submetida a exames oftalmológicos, neurológicos e a uma
angiorressonância, que afastaram a existência de problemas mais graves.
Antonio Carlos Lopes, chefe da equipe médica que cuidou da paciente,
realizou exames clínicos e também conversou longamente com ela. De
acordo com o especialista, a paciente conta que os sintomas que precedem
o sangramento são calor no rosto e aumento da pressão na cabeça.
A equipe médica trabalha com a hipótese de que se trata de uma
disfunção neurovegetativa com alteração na vasomotricidade. Em outras
palavras, as pequenas veias na região dos olhos se dilatam e têm sua
permeabilidade alterada, rompendo-se com o aumento da pressão sanguínea.
Há possibilidade de que essa alteração seja consequência de traumas
sofridos na infância.
Os médicos ministraram à paciente um tratamento à base de medicamentos
(betabloqueador e calmante leve) que se mostraram eficazes no controle
do sangramento. Eles recomendam que ela também receba acompanhamento
psicoterápico. Caso haja necessidade de tomar o medicamento pela vida
toda, não há nenhum inconveniente, porque é uma medicação que protege o
coração, estabiliza a pressão arterial e diminui as chances de infarto e
arritmia.
Lopes recomenda que, para a devida eficácia do tratamento, é preciso
que a paciente tome corretamente os medicamentos conforme orientação da
equipe médica.
“Eu me controlo para não chorar. Não posso me exaltar bastante porque
vou sangrar. Eu ainda não me acostumei. É muito chato eu não poder me
expressar. Vou fazer prova, fico nervosa, choro e sai sangue. Alguns
meninos e meninas ficam assustados e sentem nojo. Ficam longe de mim.
Então eu fico meio que isolada dos demais. A minha sorte é que os
professores são a melhor coisa da escola”, disse Débora ao G1.
Parentes contam que Débora começou a sangrar com 14 anos, quando
trabalhava como babá e foi agredida por sua patroa no Ceará. Os
sangramentos eram somente nos ouvidos e nariz.
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